Deus a sombra,
o astro que endurece a parte engelhada sob o traçado rente. Em tempo quente, o
nascer que irmana cativo, o sémen, que do chão rasga histrião ao meio-dia. O
rebento alarga-se, ao toque, quando acariciado em carne mutua. Não é uma união,
é a devassa ardendo embravecida entre o domínio das interrogações que
correspondem ao escancarar. A curva ofegante. A ambição de posse orla a
tempestade que o cio intérmino semeia. Na respiração. O sangue em bosque a
emergir, impresso e rumorejante, liga haste à seiva, inclinando o sexo faminto
ao lumaréu, e do quase nada se despe quase tudo.
Luísa Demétrio Raposo
* foto retidada ao Google, desconheço autor
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